Durante anos vivia-se apenas de referências. Agora, com tráfego pago e automação, a clínica ganhou previsibilidade.
Durante muito tempo, o crescimento de muitas clínicas em Portugal esteve ancorado num princípio simples: o boca a boca. Um paciente satisfeito recomendava a um amigo, que recomendava a outro, e assim se mantinha a agenda preenchida. Mas o problema era a imprevisibilidade. Em meses bons, a equipa não tinha mãos a medir; em meses fracos, a sala de espera ficava quase vazia.
Foi exatamente essa montanha-russa que levou uma clínica de Braga a procurar soluções digitais. A direção queria manter o lado humano e de proximidade, mas precisava de previsibilidade no agendamento.
O desafio era claro: criar um sistema que gerasse novos pacientes de forma consistente, sem depender apenas das indicações.
O primeiro passo: entender o que já funcionava
Antes de pensar em campanhas ou tecnologia, analisámos o público da clínica e o seu posicionamento. O que motivava os pacientes a voltar? Quais tratamentos eram mais procurados? Descobrimos que a clínica tinha uma reputação forte, mas não comunicava isso online.
As pessoas conheciam o serviço, mas apenas através de recomendações.
Do invisível ao visível: tráfego pago com estratégia
Começámos por criar campanhas de tráfego pago no Meta Ads e Google Ads, segmentadas por localização e interesse.
O objetivo era simples: apresentar a clínica às pessoas certas, no momento certo. Mas o segredo não estava apenas em “fazer anúncios”. Estava em alinhar três pontos fundamentais:
- Oferta clara:
O que o paciente ganha ao agendar?
- Mensagem humana:
Falar com empatia, não com jargão técnico.
- Acompanhamento automatizado:
Cada contacto recebido passava a ser nutrido com mensagens automáticas, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a taxa de agendamento.
O resultado: previsibilidade e foco no essencial
Em poucas semanas, a clínica passou a receber novos agendamentos diariamente, vindos das campanhas online. O sistema não apenas gerava contactos, mas convertia esses contactos em consultas confirmadas. O gestor da clínica deixou de depender da sorte das referências e passou a trabalhar com métricas: custo por agendamento, taxa de comparecimento e retorno sobre investimento.
Com o tempo, ajustámos a estratégia e descobrimos algo interessante: o maior impacto nem sempre estava no tráfego, mas no ticket médio. Ao criar pacotes de tratamento e ofertas integradas, o retorno de algumas campanhas multiplicou-se por três ou quatro vezes. Era a prova de que, muitas vezes, o crescimento está em vender melhor, não apenas em vender mais.
Mais do que tecnologia, mentalidade
Hoje, o agendamento automático já faz parte da rotina. O que antes era um processo manual e imprevisível tornou-se um sistema que trabalha todos os dias. Mas a verdadeira mudança foi mental: compreender que o digital não substitui o relacionamento, apenas o amplia. A clínica continua a ter indicações – a diferença é que agora também tem previsibilidade, dados e tranquilidade para crescer com segurança.
João Silva
Especialista em Vendas e Estratégias Digitais


